Uma das dietas mais populares atualmente promete a perda de peso de forma rápida e saudável, porém os pacientes com diabetes precisam ficar atentos
O jejum intermitente tem ganhado muitos adeptos nos últimos anos. Nesse tipo de dieta, ao invés de comer de 3 em 3 horas, como muitos nutricionistas costumam recomendar, a pessoa passa longos períodos sem se alimentar, alternando com períodos de alimentação normal.
Mas, essa dieta para os pacientes com diabetes oferece riscos, principalmente o de hipoglicemias, que é quando o açúcar no sangue baixa causando mal estar, tonturas e até mesmo desmaios e coma, nos casos mais severos. Por isso, o jejum intermitente não é amplamente recomendado para todos os pacientes com diabetes.
Jejum intermitente x diabetes: afeta absorção de nutrientes
Segundo a nutricionista e educadora em diabetes, Deise Santiago, apesar do risco de hipoglicemia, cada caso precisa ser analisado de forma individual pelo nutricionista e o endocrinologista do paciente. “Realizar um jejum exige uma conta: ter tudo ajustado certinho, porque se você está consumindo menos calorias, você vai emagrecer, mas tem de levar em consideração os nutrientes. Tem muitas pessoas que fazem o jejum por 16 horas, depois comem muito nas próximas 4 horas, e depois ficam em jejum mais 16 horas. Esse comer muito pode não ser interessante, pode ser um período que precisa mais de medicamento ou de mais insulina, logo, o organismo não fica balanceado, com efeitos também na absorção de nutrientes”, explica.
Em geral, para o emagrecimento em pacientes com diabetes, a nutricionista indica uma alimentação saudável, com poucos intervalos de tempo entre as refeições e com quantidades reduzidas. “Dessa forma, é possível mostrar ao organismo que há alimento disponível e não há necessidade de armazenar gordura”, conta. Também é importante sempre equilibrar a alimentação com a medicação prescrita para controle do diabetes pelo médico endocrinologista.
E não são apenas os pacientes com diabetes que devem estar atentos ao realizar o jejum intermitente. Apesar de muitos resultados positivos, um estudo da USP (Universidade de São Paulo), realizado em ratos, concluiu que a prática pode prejudicar a atividade normal do pâncreas e a produção de insulina, aumentando até mesmo o risco do desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Esse artigo não exclui a importância da orientação médica e nutricional. 😉