Você sabia que o diabetes pode ter relação com a hepatite C?

Convivendo com Diabetes

Pacientes portadores do vírus da Hepatite C têm quatro vezes mais chances de desenvolver o diabetes tipo 2

Atualmente, há cerca de 3 milhões de portadores do vírus da hepatite C (HCV) no Brasil. Desses, aproximadamente 85% não foram diagnosticados e apenas 3% estão em tratamento. Além disso, a HCV não ataca somente o fígado, mas pode, também, desencadear o diabetes tipo 2. De olho nisso, o laboratório Gilead com o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes lança a campanha #NaPontaDoDedo para conscientizar a população sobre a relação entre a hepatite C e o diabetes tipo 2, e alertar para a importância do teste anti-HCV, que é simples, rápido e pode ser feito no SUS com apenas uma picada na ponta do dedo.

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Como a hepatite C influencia o surgimento do diabetes tipo 2?

A hepatite C é uma doença do fígado que normalmente não apresenta sintomas, por isso pode ser diagnosticada décadas depois da infecção, já em estado avançado, podendo evoluir para doenças graves, como a cirrose e/ou câncer de fígado. No entanto, todos os portadores do HCV podem apresentar manifestações fora do fígado associadas ao vírus.  Uma destas é o diabetes tipo 2, que tem quatro vezes mais chance de ocorrer em portadores do HCV do que em indivíduos sem o vírus. Ao que tudo indica, isso acontece porque o vírus da hepatite C é capaz de alterar a sinalização da insulina e impedir que ela regule o metabolismo da glicose no organismo. Em outras palavras, o HCV contribui para a instalação da resistência periférica à insulina (RPI) e, portanto, para o surgimento e a progressão do diabetes tipo 2.

As pesquisas indicam ainda que pacientes com hepatite C e RPI tendem a acumular mais gordura no fígado e a evoluir mais rapidamente da hepatite crônica para a cirrose. Além disso, nos pacientes com cirrose avançada, o diabetes tipo 2 aumenta de 4 a 5 vezes o risco de câncer de fígado. A boa notícia é que há uma significativa redução no aparecimento deste tipo de diabetes após a cura da hepatite C com medicamentos antivirais.

O que é diabetes tipo 2 ?

O diabetes tipo 2 começa como uma doença silenciosa, que se desenvolve ao longo dos anos em virtude de uma mudança na liberação e na atuação da insulina nos tecidos periféricos. Essa mudança é consequência de uma combinação de fatores genéticos e fatores externos (alimentação  inadequada, sedentarismo, obesidade, entre outros) e recebe o nome de Resistência Periférica à Insulina, ou RPI. A RPI impede que as células de gordura, dos músculos e do fígado respondam corretamente à insulina, o hormônio que regula a entrada de açúcar nas células. Isso faz com que cada vez mais insulina seja necessária para normalizar os níveis de glicose no sangue. Quando os fatores de risco se mantêm, os níveis de glicose no sangue também se elevam (diabetes tipo 2).

Saiba mais sobre a hepatite C

A hepatite C é causada pelo HCV, um vírus que provoca infecção aguda e crônica do fígado. A gravidade da doença pode variar de indivíduo para indivíduo e, em casos mais avançados pode evoluir para cirrose e câncer hepático.  O vírus é transmitido através do sangue contaminado, seja por transfusões, por contato direto ou no compartilhamento de materiais perfurantes (como agulhas de injeção) ou cortantes (como alicates de cutícula ou lâminas de barbear). Também há relatos de transmissão por via sexual, mas de forma esporádica e em grupos populacionais específicos. Os sintomas da Hepatite C são semelhantes aos de outras doenças hepáticas e só costumam se manifestar em fases mais avançadas. A falta de informação sobre o HCV e o caráter “silencioso” da doença resultou na disseminação desenfreada do vírus até 1993, quando uma nova tecnologia capaz de diagnosticar a infecção chegou aos bancos de sangue do Brasil.

Até então, os portadores do vírus o transmitiam a outras pessoas por meio de doações de sangue, infecções hospitalares, compartilhamento de objetos pessoais, seringas e agulhas para o uso de drogas, e, eventualmente, relações sexuais desprotegidas. O diagnóstico tardio explica a maior prevalência do vírus HCV em indivíduos com mais de 40 anos de idade, segundo levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo-USP. Atualmente, há mais de 185 milhões de portadores do vírus da Hepatite C em todo o mundo, segundo estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos

Peça o teste anti-HCV

Os testes anti-HCV são simples e rápidos, que indicam em apenas 30 minutos se o indivíduo já teve contato com o vírus da hepatite C. Tais testes podem ser feitos no SUS e não necessitam de estrutura laboratorial, embora exijam alguns cuidados de biossegurança. Quando o resultado é positivo, o paciente deve procurar seu médico assim que possível para exames complementares.

Fonte:  Campanha #NaPontaDoDedo.

 

 

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